quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Laura Voltou!


- Laura! Laura! Laura! 

Laura abre a porta e fica parada, no meio sorriso.

- Estou batendo a dias na sua porta, telefono e nada. O que aconteceu? Onde você estava? Eu subi correndo quando te vi na janela.

- Acho que eu dormi demais. 

Volta pro sofá cheio de pequenas coisas, livros, fotos, vários lápis, biscoito, baralho e pontas de beck.

- Dormiu? Como assim, esse tempo todo você estava aqui dentro? Mas fazendo o que? Tem alguém aí? 

- Não, não. Ninguém. As vezes eu não sei direito quando estou sonhando, se eu peguei no sono, se eu estou acordada, sabe? Eu estou meio confusa agora. .. 

Vazio.

- Quer um suco de abacaxi com hortelã? Acabei de fazer!

- Quero!

Abacaxi pra desintoxicar o estomago.

- Tem um mês que eu não saio daqui.

- Eu sei né, você sumiu! 

- Fiquei sem vontade, sei lá.

- Sei que deve ter sido difícil, quer dizer não sei, não sei mesmo, mas imagino. E, se você sente que deve ficar em casa, tudo bem também. 

- É, acho que tudo bem né?! Acho que eu to melhor agora.

- É, né!? 

Risos das incertezas aceitas.

- Vem ver uma coisa!

- O que?

- Desenhei nas paredes, pintei na verdade.

- Posso pintar também!

- Pode, vamos agora!

E começaram a terapia, abriram um vinho, um beck, vestiram personagens para uma apresentação delas mesmas para elas, somente elas e quem da janela ou da rua as pudessem enxergar. Uma celebração para a noite que descia ~ 

 Até que veio a madrugada. E a tinta na parede começou a contar histórias. Imagens de si. E Laura começa a mergulhar.

- Eu não te contei,

- O que?

- Uma vez eu, eu fui procurar a Luiza.

- Aonde? Como assim?

- Ah, não sei. Me bateu um impulso e eu fui,  fui lá pro parque laje.

- E ae?

- Era denoite, e foi muito estranho.

- Porque? Você encontrou com ela?

- Acho que sim.

- Como assim?? Você falou com ela? Viu de longe? O que?

- Foi muito estranho..

- Fala!