segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Musgo Verde


PARQUE LAGE

A madrugada já dizia oi, e Laura pulou os muros do Parque, parecia que estava no encanto animal, tudo negro, verde escuro.

Respirando fundo e com medo de algum bicho passar por ela, atacar, ela seguiu.

Naquele lugar molhado e escuro ela mal podia distinguir o caminho em sua frente, mas andou, andou e foi dar de frente com uma entrada/saída do parque, pensou em ir embora, em ficar, achou a idéia de procurar Luiza ali dentro um tanto absurda, mas, vai que a tal da intuição quer dizer alguma coisa… Resolveu continuar, e foi se tomando por um arrepio, medo, que a fez correr, saiu correndo, era como se as folhas, as árvores e tudo em sua volta estava a engolindo e ela precisava fugir, correr! Foi de encontro com o lago e o lago de encontro com ela!

De repente ela estava no quarto da Luiza, um quartinho amontoado de coisas, era assim o quarto da Luiza. Ela se olhou no espelho e se viu Luiza!! 

No espanto, perplexa, ela foi se aproximando do espelho, se olhando e não era ela, era Luiza!  Olhou cada pedacinho seu e não o encontrou. Era toda por fora Luiza. Se sentou no chão do quarto cheio de folhas e tintas, mirando o ventilador de teto ligado. 
Fechou os olhos. Procurou dentro de si em algum lugar que ela sabia ser quem é, procurou ficar calma, entender alguma coisa, ou parar de pensar, respirar, respirar fundo. Abriu os olhos e estava na porta do Parque, do lado de fora, sem sapatos.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Laura Voltou!


- Laura! Laura! Laura! 

Laura abre a porta e fica parada, no meio sorriso.

- Estou batendo a dias na sua porta, telefono e nada. O que aconteceu? Onde você estava? Eu subi correndo quando te vi na janela.

- Acho que eu dormi demais. 

Volta pro sofá cheio de pequenas coisas, livros, fotos, vários lápis, biscoito, baralho e pontas de beck.

- Dormiu? Como assim, esse tempo todo você estava aqui dentro? Mas fazendo o que? Tem alguém aí? 

- Não, não. Ninguém. As vezes eu não sei direito quando estou sonhando, se eu peguei no sono, se eu estou acordada, sabe? Eu estou meio confusa agora. .. 

Vazio.

- Quer um suco de abacaxi com hortelã? Acabei de fazer!

- Quero!

Abacaxi pra desintoxicar o estomago.

- Tem um mês que eu não saio daqui.

- Eu sei né, você sumiu! 

- Fiquei sem vontade, sei lá.

- Sei que deve ter sido difícil, quer dizer não sei, não sei mesmo, mas imagino. E, se você sente que deve ficar em casa, tudo bem também. 

- É, acho que tudo bem né?! Acho que eu to melhor agora.

- É, né!? 

Risos das incertezas aceitas.

- Vem ver uma coisa!

- O que?

- Desenhei nas paredes, pintei na verdade.

- Posso pintar também!

- Pode, vamos agora!

E começaram a terapia, abriram um vinho, um beck, vestiram personagens para uma apresentação delas mesmas para elas, somente elas e quem da janela ou da rua as pudessem enxergar. Uma celebração para a noite que descia ~ 

 Até que veio a madrugada. E a tinta na parede começou a contar histórias. Imagens de si. E Laura começa a mergulhar.

- Eu não te contei,

- O que?

- Uma vez eu, eu fui procurar a Luiza.

- Aonde? Como assim?

- Ah, não sei. Me bateu um impulso e eu fui,  fui lá pro parque laje.

- E ae?

- Era denoite, e foi muito estranho.

- Porque? Você encontrou com ela?

- Acho que sim.

- Como assim?? Você falou com ela? Viu de longe? O que?

- Foi muito estranho..

- Fala!