sábado, 14 de maio de 2011

Uma Noite Para Dormir

Uma música começou a tocar e Laura foi se acalmando, devagar, de repente a dor passou e ela foi para as memórias. Dina sua avó era doce como são as vovós dos livros, porém, mais que isso! Riso de pura flor! Gargalhada de criança, sua vovó era enfeitada de cores.

- Ah, tem que ter um detalhe, um brilho. Dizia ela com sua gargantilha de flores lilás.

Laura deitada no tapete sentiu saudade e se sentiu só. Enquanto ela estava ali, boiando, na TV passavam imagens não reais de alguma história que não era a dela. Laura dormiu enfim, mesmo que no tapete. No meio da noite acordou e se jogou na cama, teve vontade de chorar e ficou com medo de perder o sono, dentro de si ela estava tão acordada. Cadê o luar? Pensou ela olhando o céu amargo. Pensou tanto nela, quis tanto sua presença que ela quase apareceu ao seu lado, ou apareceu? Memórias de uma vontade. É melhor dormir.

Laura sonhou que estava na praia, a praia estava bem vazia, quase ninguém, um dia lindo. De repente chega um mendigo com lençol pendurado, panos leves, muitos panos de cor clara, encardidos. Ele trazia aqueles panos como se fosse um certo rei, o rei dos farrapos. Um andar um tanto devagar e o olhar com certezas, pés firmes. Ele manuseava seus trapos com graça e força. Parecia ser de outro lugar. Uma miragem? Falava sozinho. Espalhou areia por sua volta.

Boa Noite.

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